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  • Writer's pictureIsabel Valente

Mãe, pai... não sei! E agora?

Não sei como se faz!!

Será mesmo assim? E se não for?


Levante a mão quem de vocês, pais, já ouviu estas expressões mais ou menos desesperadas da boca das vossas crianças ou jovens! Eu já e, francamente, incomoda, não?


Por isso mesmo, compreendo todos aqueles pais, mães ou até irmãos que, vendo o enfado e a dificuldade de um dos seus, entram como que automaticamente em modo superherói, procurando resolver o problema, seja de que maneira for:

  • estudando a matéria para depois de a "mastigar", explicá-la aos filhotes passivos que teimam em não sair do ninho!

  • fazendo por eles, para que ninguém saiba (que vergonha seria!), por que não temos tempo e, sobretudo, paciência

  • pedir ajuda ao professor, demitindo-se por completo do suporte emocional necessário a este tipo de situações

No entanto, melhor seria que, parando para refletir, nos debruçássemos sobre o potencial de aprendizagem e resiliência que estas situações poderão trazer aos nossos filhos. Não digo, claro, abandoná-los à sua sorte, mas adotar uma postura próxima e consciente que, orientando os nossos pequenos, os ajudem a tornar-se curiosos e investigadores.


Antes de mais é preciso dar espaço para que a criança ou o jovem liberte as suas emoções mais fortes. É legítimo que o façam, saltando, correndo, dançando ou até jogando à bola, pois todo o movimento corporal surge como uma forma de aliviar tensão.


Depois, é hora de sentar e, calmamente, mergulhar sobre o que realmente os estava a incomodar, sem drama ou brutalidade, sem julgamentos ou ordens, mas com paciência e usando das ferramentas certas!!


Se conseguirmos fazê-lo estaremos a dar às nossas crianças e jovens o melhor presente do mundo - a resiliência e uma autoestima saudável que os ajude a enfrentar desafios sem jamais se colocarem em causa!!


Cá em casa temos a sorte de conviver com dois pequenos curiosos. Diria mesmo, investigadores, arqueólogos, historiadores e músicos! Contudo, quando a dificuldade bate à porta e a ruga de preocupação aparece na testa dos nossos filhos acompanhada de longos suspiros, sabemos quão importante é mantermo-nos disponíveis e, sem julgamentos de valor, procuramos:


1.º acalmar, mostrar empatia e, com atenção e cuidado, espelhar o seu estado de espírito sem julgamentos. Ao fazê-lo estamos a ajudá-los a lidar com emoções fortes, dando-lhes um nome, despindo-as de preconceitos prejudiciais à sua autoestima


-"Estou a ver que te estás a sentir muito frustrado com este exercício."

- "Consigo ver que te está a custar fazer este exercício. Queres fazer uma pausa?"


2.º mais calmos, perguntamos o que despoletou as reações prévias. Uma vez mais, é preciso fazer boas perguntas, curtas, simples e "isentas" para que se sintam à vontade para falarem sobre o que realmente se passa, em vez de perderem tempo a procurar a "resposta certa" para agradar ao pai ou a mãe.

- "Explica-me o que se passou?"

- "O que estavas a fazer quando te sentiste aborrecido?"

- "Qual a parte do exercício que te impediu de chegar ao fim?"


Este tipo de perguntas tem o condão de redirecionar a mente de crianças e jovens para uma perspetiva mais analítica e investigadora que os afasta de um diálogo interno negativo e derrotista que lhes destrói a confiança e a motivação interna, evitando tiradas como:


- "Oh! Não percebo nada! Sou um burro! Nunca irei perceber!"


3.º Depois, é ouvir (mesmo) e trocar por palavras simples o que nos estão a dizer, procurando identificar a área problemática.


- "Então, o que estás a dizer é que conseguiste fazer a conta, mas não sabes como responder?" ou "Não estás a perceber o que o exercício te está a pedir?"


4.º Em vez de dar soluções, demos opções, escolhas sobre o que consideram melhor fazer, adequando sempre à idade e maturidade da criança. Cá em casa chamamos a este processo "partir o elefante às fatias", deixando que sejam eles a liderar e orientando-os com carinho e paciência:


- "Ora, será melhor lermos de novo o exercício? Ou sublinhamos apenas o que interessa?"


5.º No fim, recapitulemos o problema e o percurso realizado para o fazer, celebrando a coragem e o facto de, também nós termos percebido o que se passou.


O resultado será tanto melhor quanto mais genuínos e pacientes formos com os nossos filhos. Mas posso dizer-vos que, muito mais que resolver um problema "cabeludo" juntos, o que sai reforçado é a conexão, o amor e a autoestima deles e nossa, juntamente com aquela ponta de orgulho em termos conseguido fazê-lo.

Garanto que se os ajudarmos a fazer isso sempre que se depararem com um problema, serão eles que, mais tarde ou mais cedo, nos quererão mostrar como conseguem acalmar-se e pensar em diferentes formas de resolvê-lo.


Genial! Talvez... será que conseguimos fazer o mesmo??


Bora lá tentar!!


Abraço,


Isabel Valente






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